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Paul Cézanne
A montanha de Saint Victoire, 1904-1906, óleo sobre tela, 73 x 91 cm. Museu de Arte de Filadélfia – Estados Unidos www.philamuseum.org
 

A montanha de Saint Victoire

Cézanne tornou-se também pintou no gênero de Paisagem, pelo contato que teve com o Impressionismo, época em que começou a pintar ao ar livre. Durante sua vida, morou em várias cidades, mas preservou seus vínculos subjetivos com Aix-en-Provence. Trabalhou muito em seus arredores, na região de Provence. A montanha de Saint Victoire, que ficava perto de sua casa, exerceu grande atração no artista. Ele a representou em torno de 60 vezes, por diversos ângulos, entre desenhos e pinturas.

A concepção de usar a cor como modeladora de formas, procedimento da fase madura do artista, está presente de forma exemplar em A Montanha de Saint Victoire. Nela, o artista edificou a paisagem de forma arquitetônica. Aplicou a tinta em pequenas partes que se encontram em amplas áreas de cor, e elas constroem as figuras e estruturam a composição. Cada parte tem uma função na composição, por exemplo, a profundidade é sugerida pelas variações tonais e de cor. O mesmo ocorre com as formas. A montanha distingue-se e descola-se do céu graças às diferenças entre os azuis. À frente dela, abre-se uma superfície na qual, ao mesmo tempo em que a cor mostra-se fragmentada, o colorido integra-se em um todo plenamente articulado. No céu, chega um pouco do verde da vegetação, e os seus cinzas e azuis espalham-se pela montanha.

A pintura de Cézanne é uma elaboração bastante consciente. Ele observou e pensou o mundo para criar uma nova imagem a partir dele. Deu forma a uma nova configuração visual para a pintura, não mais baseada no
naturalismo, na imitação do mundo, ou somente na realidade externa. A busca de novas soluções formais já este presente no Impressionismo, assim como o abandono da intenção ilusória da imagem. Porém, é na síntese e no equilíbrio entre a sensação visual e a consciência objetiva daquilo que o olho vê que Cézanne realiza sua arte e diferencia-se dos impressionistas.

Se na pintura da figura humana, como em Mulher com cafeteira, não encontramos vestígio psicológico na expressão da mulher, e nas naturezas mortas a imobilidade impera, nas pinturas de paisagem de Cézanne, em especial nas da montanha de Saint Victoire, o artista deixa vazar algo que escapa o olhar objetivo, um sentimento de frescor, a densidade do espaço representado. Talvez isso se deva à rapidez e espontaneidade que a pintura ao ar livre exige. Cézanne, mesmo decompondo a paisagem com suas pinceladas amplas e recorrentes, abarca outros elementos do seu tema - como uma certa emotividade luminosa, ou o ritmo do ambiente natural - que vivenciou na relação que manteve com o este amplo modelo.

Em A Mansão de Quelícera, esta paisagem aparece ao fundo do Quarto da Jovem (ver Apropriação), parte do "Enigma das três idades".


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Atualização em 30/01/2206.

Apresentação do Site do Educador





Mulher com cafeteira



Pirâmide de crânios



Natureza morta com maçãs e laranjas