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Experiência
Estética:
constituindo-se professor de arte
Maria
Cristina Alves dos Santos Pessi
Este texto ( * ) refere-se a formação
de
professores de arte e às experiências estéticas
vividas.
Experiência estética é aqui tratada
nos termos da estética pragmatista de John Dewey.
Na escola, entre professores, assim como em outras profissões
as ações são desenvolvidas por pessoas. Se pensarmos
o professor de arte em unidade com a pessoa, o ser que é, estaremos
nos aproximando do ideal de que algumas competências necessárias
para orientar os processos artísticos e estéticos na
educação escolar estão atrelados ao que é
vivido.
Para este ser, que na área de atuação profissional
possa ter escolhido a educação, tenho pensado a estética
pragmatista de John Dewey (1859-1952), acreditando, pois é
preciso acreditar, que ainda a arte no processo de educação
escolar compreenda um espaço de encontro. Encontro do ser em
sua totalidade, individual e social, sustentado por uma postura estética
diante de suas ações.
Na estética pragmatista de Dewey encontrei fundamentos que
solicitam ações em unidade e coerência com reflexões,
um pragmatismo aliado à uma filosofia educacional que pede
posturas conscientes do professor. A estética pragmatista de
Dewey e sua filosofia educacional estão concentradas sobre
o conceito de experiência. As obras de Dewey apontam um sentido
para experiência que a coloca como um todo vivido, experiência-vida,
que une pensamento e atitude provocando experiências reflexivas.
Estas experiências, por serem transformadoras, apresentam-se
como educativas, desta maneira a experiência estética
tem caráter educativo e de formação humana.
Percebo que, segundo Dewey, no campo da educação, a
experiência é uma ação ativo-passiva e
seu valor pode residir justamente nesta condição, na
percepção das relações ou continuidades
a que nos conduz. Viver uma experiência pode ser, para o professor
assim como para o aluno, o impulso para uma atitude futura. Acredito
que a qualidade de uma experiência possa estar contida no ato
que ela, a experiência, nos impele a exercer.
Penso nos alunos orientados por professores que não tem clareza
do seu papel na escola, que não tem consciência filosófica
da finalidade do seu fazer, do seu compromisso com a vida de seus
alunos e com a sua própria vida, pois sabemos que há
inúmeros professores condicionados a esta situação
imposta ao ser humano contemporâneo.
Para se compreender o sentido de experiência em Dewey e torná-lo
um projeto realizável na educação escolar é
preciso, primeiramente, entender e insistir em acreditar no ser humano
como quem quer experienciar o mundo. É nesse experienciar o
mundo, é nesse mundo vivido, é no olhar o movimento
do mundo que o ser humano encontra as relações de sentido
entre seus pensamentos e suas ações, tornando-se consciente.
O ser consciente de si,
do mundo, das relações, é capaz de construir
uma 'práxis humana' que é "unidade indissolúvel
entre minha ação e minha reflexão sobre o mundo."(Freire,1980:26)
A prática docente requer uma reflexão constante sobre
conteúdos, procedimentos, recursos, posturas do professor,
requer também a superação de um viver a maior
parte do tempo de modo inconsciente. As experiências reflexivas
vividas, conforme as teorias deweyanas, levam a uma compreensão
que possibilitam uma distinção do eu, que nos afastam
de uma situação de mecanicidade, de respostas prontas,
de certezas absolutas.
Pode-se afirmar que a pedagogia contemporânea vem sendo caracterizada
pelo questionamento, pelas experiências reflexivas. Assim como
Dewey ressaltou a necessidade de uma teoria da experiência para
a educação progressista em contradição
à educação tradicional, a contemporaneidade recuperou
o significado de experiência para a arte na educação.
A idéia de experiência se transformou atualmente num
conceito bem apropriado para a arte na educação escolar.
Quando Dewey apresentava seus ideais de educação progressista,
como fez em seu Experiência e educação (1938)
demonstrou conexão orgânica entre a educação
e a experiência pessoal. Por sabermos que não se vive
arte, na produção ou na apreciação, sem
as pessoalidades confirma-se, assim, a necessidade de experiências
cotidianas, reflexivas e estéticas para o desenvolvimento de
processos de arte na educação escolar.
As experiências precisam ser vividas pelos alunos para que alcancem
compreensão de si, do seu trabalho e da arte, bem como também
considero-as fundamentais para a formação do professor.
As experiências, para se realizarem como educativas, precisam,
segundo Dewey (1971:17), se caracterizar como contínuas. Dewey
trata que o 'continuum experiencial' auxilia a discriminar entre as
experiências de valor educativo e as experiências sem
tal valor. O caráter de continuidade faz com que qualquer experiência
tome algo das experiências passadas e modifique de algum modo
experiências futuras, mas para isso é preciso que se
processe dentro da pessoa em relação ao mundo. "A
experiência somente é verdadeiramente experiência,
quando as condições se acham subordinadas ao que ocorre
dentro dos indivíduos que passam pela experiência."(Dewey,1971:33)
Esta afirmação demonstra, além do princípio
de continuidade, o princípio de interação da
experiência. Continuidade e interação se interceptam
e se unem, alcançando os rumos da educação e
da arte na educação escolar.
O sentido de vivenciar, de apropriação com a consciência,
de interação, faz a arte em produção ou
contemplação mexer com a existência de quem a
produz ou contempla, professor ou aluno. A ação e movimento
que a filosofia pragmatista de Dewey enfatiza no processo educacional
e estético é pensada com o sentido de tornar o ser humano
consciente. Próximo deste sentido de 'mexer com a existência'
ou de 'ação e movimento' está Maturana (1997:212)
ao dizer que a experiência que conotamos como consciente é
uma experiência de autodistinção, "quando
nós distinguimos a nós mesmos fazendo distinções",
sendo uma experiência especial e contundente que torna o corpo
consciente diante das dinâmicas e relações do
viver. E, embora a consciência não esteja localizada
no sistema nervoso, em alguma parte específica ou no corpo
do ser humano em geral, ela se manifesta em sua corporalidade alterando
suas ações. Desta forma, pode-se considerar as experiências
reflexivas, conscientes, estéticas como educativas e de formação
profissional.
Aqueles que vivem momentos de contemplação, que vivem
experiências estéticas se modificam neste processo, isto
significa, entre outras coisas o reconhecimento de incompletudes,
de equívocos e solicita a coragem para realizar mudanças
e para se envolver em novas aprendizagens. Em vista disto, penso que
os professores de arte seriam, por lidarem em seu cotidiano com conhecimento
e experiências em arte, os profissionais que estariam especialmente
em transformação, constantemente em processos de reflexão
sobre si e sobre suas escolhas.
Dufrene afirmou que ao empreender o estudo da experiência estética
faz-se justiça ao ser humano: de um lado, o gesto criador,
de outro, a recepção da obra, sua interpretação
e sua apreciação. "Se o homem na experiência
estética, não realiza necessariamente sua vocação,
ao menos manifesta melhor sua condição: essa experiência
revela sua relação mais profunda e mais estreita com
o mundo." (Dufrene,1981:25) Sobre um sentido para experiência
estética, continua:
(...) O sentido só pode aparecer nessa experiência
se todas as potências da consciência nela já estão
presentes. A percepção estética é a percepção
aberta e feliz que atesta essas potências e solicita a reflexão
sobre elas. Ao mesmo tempo, ela anuncia e prepara para a consciência
o seu futuro, fundamenta-o,(...)a experiência estética
reconcilia-nos conosco mesmo(...) (idem,p.26)
E ainda, "a experiência estética se situa na
origem, naquele ponto em que o homem, confundido inteiramente com
as coisas, experimenta sua familiaridade com o mundo." (Dufrene,1981:31)
As relações 'mais profundas' e 'mais estreitas' com
o mundo, quando o experimentamos em 'familiaridade', correspondem
ao sentido de envolvimento e unidade expresso na estética pragmatista
de Dewey. Correspondem, também, à encontros que desencadeiam
experiências reflexivas e estéticas.
Uma metáfora, 'a pedra que rola', se apropria bem para tratar
de formação humana, formação profissional
e desenvolver a relação entre as experiências
estéticas vivenciadas pelas professoras e seus processos escolares
em arte. Dewey em Art as experience descreve este exemplo:
(...) se imaginarmos uma pedra, a qual esteja rolando
por uma colina, para ter uma experiência. Sua atividade é
seguramente 'prática'. A pedra parte de algum lugar, e movimenta-se,
conforme o permitam as condições, para um lugar e para
um estado onde possa permanecer imóvel - para um fim. Agreguemos,
pela imaginação, a tais fatos externos, as idéias
de que a pedra olha para diante desejando o resultado final; que se
interessa pelas coisas que encontra pelo caminho, condições
que aceleram e retardam seu movimento em relação a seu
término; que atua e sente com respeito a elas de acordo com
a função de impulsioná-la ou detê-la que
lhes atribua; e que a chegada final ao repouso seja relacionada com
tudo o que aconteceu antes enquanto a culminância de um movimento
contínuo. Então a pedra teria uma experiência,
e dotada de qualidade estética.(1989:46)
Continuidade e interação, princípios dewyanos
de experiência, estão expressos neste exemplo, assim
como são condições de existência humana.
A pedra, ao rolar, cursa uma trajetória e vai de um lugar a
outro, ação eminentemente prática; mas, não
apenas vai de um lugar a outro, transforma-se neste percurso. A pedra
ao rolar a colina encontra diferentes texturas no solo, alguns lugares
por onde passa podem ser úmidos ou sombrios, outros podem ser
secos, ensolarados, aconchegantes ou repulsivos. Outras pedras, vegetação
ou pequenos animais podem se apresentar no caminho. Em interação
e continuidade 'tudo' repercute na pedra em si e no percurso. A ação
prática do deslocamento, para não ser simplesmente mecânica,
precisa ser mesclada por uma intenção (ação)
reflexiva.
Constituir-se humano, profissional, professor exige um compromisso
pessoal com atitudes reflexivas. As experiências com qualidade
estética contribuem para a formação reflexiva
de professores. Nóvoa afirma que
(...) pela formação reflexiva de professores passa uma
parte significativa das apostas de mudança educacional, de
melhoria da qualidade do ensino e de desenvolvimento de práticas
educativas (pedagógicas, organizacionais e institucionais)
que contribuem para uma maior igualdade e justiça social.
(Zeichner,1993:12)
Assim, a abrangência de experiências estéticas,
conscientes e reflexivas alcançam 'o universo no qual vivemos'.
Universo entendido como 'ser um todo', a unidade entre integridade
humana e docente, ou 'pertencer a um todo', o meio social, terrestre,
cósmico ( nota 1 ).
Partindo de uma experiência pessoal, é
possível o deslocamento para o contexto mais amplo da sociedade.
Penso que a experiência estética não será
apenas constituinte do ser, do professor, mas, através deste
em sua ação educativa, poderá ser também
parte essencial da vida social ( nota 2 ).
Por
acreditar que as experiências estéticas vividas pelas
professoras conduzem a reflexões existenciais e profissionais,
e orientada pela postura de Dewey, quando propõe em seu pragmatismo,
unidade entre reflexão e ação, considero, também,
experiência estética como essencial para o processo pessoal
de fazer-se professor de arte. É possível também
aproximar o enfoque pragmatista de Dewey ao enfoque fenomenológico
de Merleau-Ponty, pois não somos consciência reflexiva
pura, somos uma consciência corporificada ou uma 'consciência
encarnada num corpo'.(Merleau-Ponty,1978:279) A experiência
estética ao tornar o professor, o ser, modificado pela contemplação,
mudança esta percebida pelas ações, permite "(...)
reencontrar o corpo operante e atual, aquele que não é
um pedaço de espaço, um feixe de funções,
mas um entrelaçado de visão e de movimento."(Merleau-Ponty,1978:278)
Dufrene confirma: "É preciso dar sentido à experiência
para que seja estética, (...) um sentido que ressoa no mais
profundo do corpo.(1981:25) Estas aproximações nos
levam ao entendimento de unidade, conforme Dewey também afirmou,
entre 'corpo' e 'espírito', 'trabalho' e 'existência',
'pessoa' e 'profissional', 'ser' e 'ensinar'.
Criar-se, constituir-se, transformar-se, este é o sentido de
autopoiésis que a experiência estética provoca.
Dewey confirma quando, ao tratar as emoções como qualidade
que caracteriza a unidade em uma experiência, oferecendo caráter
estético, cita-a como o que "move e muda".(1989:48)
Autopoiesis, a criação de si, é
um termo que vem sendo empregado por Maturana em sua obra para, como
biólogo, explicar a vida. (Bauer:1998) Poiesis é criação,
e dá sentido a vida em seu movimento. A vida, em sua unidade
ou destacando o caráter de formação docente,
é poiética em seu sentido clássico ( nota
3 ). Nas
invenções e reinvenções da vida, os seres
criam seu mundo exterior e interior, e este mundo é renovado
a partir daquilo que o ser é. Assim, pode-se pensar que nós
professoras nos fazemos em nossa prática, sem dicotomia entre
trabalho e existência.
A maneira como cada um de nós ensina está
diretamente dependente daquilo que somos como pessoa quando exercemos
o ensino: 'Será que a educação do educador não
se deve fazer mais pelo conhecimento de si próprio do que pelo
conhecimento da disciplina que ensina?' (Laborit,1992:55) Eis-nos
de novo face à 'pessoa' e ao 'profissional', ao 'ser' e ao
'ensinar'. Aqui estamos. Nós e a profissão. E as opções
que cada um de nós tem de fazer como professor, as quais cruzam
a nossa maneira de ser com a nossa maneira de ensinar e desvendam
na nossa maneira de ensinar a nossa maneira de ser. É impossível
separar o 'eu' profissional do 'eu' pessoal. (Nóvoa,1992:17)
Unidas
em sua origem, a experiência estética (aisthesis) e a
criação ( nota 4 ) (poiesis) fazem
com que o professor, com sabor ( nota 5 ) e prazer,
renove seu mundo, inove seus processos pedagógicos, descubra
um aprender contínuo. A experiência estética promove
a autoconsciência, e esta sustenta o processo reflexivo do professor
em sua existência.
Entre as reflexões sobre experiência estética
apresentadas neste artigo permito-me destacar a profundidade do pensamento
deweyano em escrever que a vida humana orienta-se por um desejo de
experimentar o mundo e dar significado a tudo. A arte, segundo Dewey,
dá possibilidades para que estas necessidades sejam atendidas,
permitindo ao ser humano crescer consciente e superar as fendas do
mundo.
( * ) Este texto é parte
integrante da Dissertação de Mestrado: PESSI, Maria
Cristina A.S. Experiência estética: um percurso constitutivo
de professora de arte, UDESC, 2001. <<<
Notas
1.
Cfme. Edgar Morin, Os sete saberes necessários à
educação do futuro, p.51.
"Somos originários do cosmos, da natureza, da vida,
mas devido à própria humanidade, à nossa cultura,
à nossa mente, à nossa consciência, tornamo-nos
estranhos a este cosmos, que nos parece secretamente íntimo.
Nosso pensamento e nossa consciência fazem-nos conhecer o mundo
físico e distanciam-nos dele. O próprio fato de considerar
racional e cientificamente o universo separa-nos dele. Desenvolvemo-nos
além do mundo físico e vivo. É neste 'além'
que tem lugar a plenitude da humanidade." <<<
2
Cfme. Roger Bastide, Arte e sociedade,p.3.
"(...) a arte não é um simples jogo individual
sem conseqüência, mas pelo contrário, agindo sobre
a vida coletiva, pode transformar o destino das sociedades. Mas este
é apenas um dos aspectos da questão, pois deve-se examinar
igualmente se a recíproca não é verdadeira, se
a arte não é também um produto da vida coletiva
e se o seu destino não está em função
do destino das sociedades."
<<<
3
Poiético, in: Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia,
refere-se a "produtivo ou criativo, enquanto diferente de
'prático'. Segundo Aristóteles, a arte é produtiva,
enquanto a ação não é." (p.772);
"(...) para Aristóteles a arte pertence ao domínio
prático e constitui o objeto da 'poética', ou seja,
da ciência da produção, enquanto a outra subdivisão
da prática é a ciência da ação."(p.372)
Cfme. Marilena Chaui, Convite à filosofia, p.321, temos
que:
"Do ponto de vista da Filosofia podemos falar em dois grandes
momentos de teorização da arte. No primeiro, inaugurado
por Platão e Aristóteles, a Filosofia trata as artes
sob a forma da 'poética'; no segundo, a partir do século
XVIII, sob a forma da 'estética'. "Arte poética'
é o nome de uma obra aristotélica sobre as artes da
fala e da escrita, do canto e da dança: poesia e teatro (tragédia
e comédia). A palavra 'poética' é a tradução
para 'poiesis'." <<<
4
Neste caso refiro-me especificamente a 'criação de si',
entretanto não desconheço que, cfme.Hans Robert Jauss,
A literatura e o leitor, p.78-82:
"As funções produtiva e receptiva da experiência
estética desenvolvem-se sob três conceitos da tradição
estética: poiesis, aisthesis e katharsis. Designamos por poiesis,
compreendida no sentido aristotélico da 'faculdade poética',
o prazer ante a obra que nós mesmos realizamos... Como afirmação
estética produtiva fundamental, a 'poiesis' corresponde à
caracterização de Hegel sobre à arte, segundo
a qual o indivíduo, pela criação artística,
pode satisfazer a sua necessidade geral de 'sentir-se em casa no mundo',
ao 'retirar do mundo exterior a sua dura estranheza' e convertê-la
em sua própria obra'.(...) Aisthesis designa o prazer estético
da percepção, é experiência estética
receptiva básica,(...) a aisthesis corresponde assim a determinações
diversas da arte: como 'pura visibilidade' (Konrad Fiedler), que compreende
a recepção prazeirosa do objeto estético como
uma visão intensificada, sem conceito ou, através do
processo de estranhamento (Chklovski), como uma visão renovada;
como 'contemplação desinteressada da plenitude do objeto'
(Moritz Geiger); como experiência da 'densidade do ser' (j.P.
Sartre); em suma, como 'pregnância perceptiva complexa'( Dieter
Henrich) Legitima-se desta maneira, o conhecimento sensível,
face à primazia do conhecimento conceitual. Designa-se por
katharsis,(...) aquele prazer dos afetos provocados pelo discurso
ou pela poesia, capaz de conduzir o ouvinte e o expectador tanto à
transformação de suas convicções, quanto
à liberação de sua psique. (...)A própria
atividade da aisthesis,, contudo, também pode se converter
em poiesis.(grifo meu)O observador pode considerar o objeto estético
como incompleto, sair de sua atitude contemplativa e converter-se
em co-criador da obra, à medida que conclui a concretização
de sua forma e de seu significado. A experiência da aisthesis
pode, por fim se incluir no processo de uma formação
estética da identidade, quando o leitor faz a sua atividade
estética ser acompanhada pela reflexão sobre seu próprio
devir: (grifo meu) "A importância do texto não advém
da autoridade de seu autor, não importa como ela se legitime,
mas sim da confrontação com a nossa biografia. O autor
somos nós, pois cada um é o autor de sua biografia."(Zimmermann
apud Jauss,1979) <<<
5
Lembro Roland Barthes, A aula,1999.
"Sapientia: nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria,
e o máximo de sabor possível." <<<
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