Árvore dos Corvos
O conceito de Romantismo
nasceu na Alemanha, e o conceito de Sublime é importante para
ele. Como categoria estética, o sublime é um sentimento
que nasce quando o homem se confronta com seus limites frente a um objeto
ou fenômeno que tenta exprimir grandiosidade (transcendência)
e infinidade. Ao mesmo tempo eleva e afirma o ser humano em suas próprias
forças, o que o torna confiante e confere a ele o sentimento
de superioridade. Na estética do século XVIII, o sublime
se originava na dor e na percepção do perigo. No romantismo,
a busca do sublime estava ligada ao culto à Natureza em sua incomensurabilidade,
no qual o homem romântico manifesta dramaticamente seus conflitos
com o mundo, seu desencanto, expressando sua inquietude espiritual numa
representação que tenta ultrapassar o conhecimento sensível
(ver Masmorra).
A pintura de Friedrich é a expressão de sua relação
com a natureza, cujo vínculo foi construído na subjetividade
da experiência espiritual frente a ela. Através da paisagem,
ele revela sua visão de vida. Suas criações não
são paisagens convencionais, como podemos observar nesta obra.
A presença da árvore como figura central em seus quadros
é freqüente. O artista lhe dá vida e personalidade
própria, transformando-a em uma criatura quase humana. Era comum
entre vários artistas românticos, na busca pelo divino
e longe das doutrinas religiosas, atribuírem características
e emoções humanas a seres inumanos, em especial a elementos
paisagísticos. Em Árvore dos Corvos, os galhos
sem folhas transformam-se em longos braços que gesticulam como
uma criatura fantasmagórica e se abrem para receber os corvos.
O belo jogo de cores do céu contrasta com a pouca naturalidade
com que o carvalho é apresentado aos olhos do espectador. A presença
de diversas formas de troncos secos e quebrados acompanha os movimentos
irregulares da árvore principal. A composição forma
um cenário bastante tétrico. Apesar do horizonte estar
oculto pelo pequeno monte, a imagem do céu nos conduz ao infinito.
Árvore dos Corvos é uma paisagem lúgubre.
O entardecer remete-nos à escuridão próxima e inevitável.
A morte é uma lembrança que nos chega. O velho carvalho
sem vida resta como ponto de observação e dormitório
para os corvos. A paisagem contém o silêncio destes animais
e também um certo mistério, próprio da alma de
Friedrich, que encontramos em toda sua obra.
Em
A Mansão de Quelícera ela foi apropriada
e aparece como paisagem através da janela da Sala de Jantar e
do desafio do Mordomo.
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Atualização em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador