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Caspar David Friedrich
Árvore dos Corvos, 1822, óleo sobre tela, 54 x 71 cm. Museu do Louvre – França: http://www.louvre.fr
 

Árvore dos Corvos

O conceito de
Romantismo nasceu na Alemanha, e o conceito de Sublime é importante para ele. Como categoria estética, o sublime é um sentimento que nasce quando o homem se confronta com seus limites frente a um objeto ou fenômeno que tenta exprimir grandiosidade (transcendência) e infinidade. Ao mesmo tempo eleva e afirma o ser humano em suas próprias forças, o que o torna confiante e confere a ele o sentimento de superioridade. Na estética do século XVIII, o sublime se originava na dor e na percepção do perigo. No romantismo, a busca do sublime estava ligada ao culto à Natureza em sua incomensurabilidade, no qual o homem romântico manifesta dramaticamente seus conflitos com o mundo, seu desencanto, expressando sua inquietude espiritual numa representação que tenta ultrapassar o conhecimento sensível (ver Masmorra).

A pintura de Friedrich é a expressão de sua relação com a natureza, cujo vínculo foi construído na subjetividade da experiência espiritual frente a ela. Através da paisagem, ele revela sua visão de vida. Suas criações não são paisagens convencionais, como podemos observar nesta obra.

A presença da árvore como figura central em seus quadros é freqüente. O artista lhe dá vida e personalidade própria, transformando-a em uma criatura quase humana. Era comum entre vários artistas românticos, na busca pelo divino e longe das doutrinas religiosas, atribuírem características e emoções humanas a seres inumanos, em especial a elementos paisagísticos. Em Árvore dos Corvos, os galhos sem folhas transformam-se em longos braços que gesticulam como uma criatura fantasmagórica e se abrem para receber os corvos.

O belo jogo de cores do céu contrasta com a pouca naturalidade com que o carvalho é apresentado aos olhos do espectador. A presença de diversas formas de troncos secos e quebrados acompanha os movimentos irregulares da árvore principal. A composição forma um cenário bastante tétrico. Apesar do horizonte estar oculto pelo pequeno monte, a imagem do céu nos conduz ao infinito.

Árvore dos Corvos é uma paisagem lúgubre. O entardecer remete-nos à escuridão próxima e inevitável. A morte é uma lembrança que nos chega. O velho carvalho sem vida resta como ponto de observação e dormitório para os corvos. A paisagem contém o silêncio destes animais e também um certo mistério, próprio da alma de Friedrich, que encontramos em toda sua obra.

Em A Mansão de Quelícera ela foi apropriada e aparece como paisagem através da janela da Sala de Jantar e do desafio do Mordomo.

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Atualização em 30/01/2006.

Apresentação do Site do Educador