Johannes
Vermeer
(1632-1675), Delft – Holanda.
A
nova ordem que se instaurou nos Países
Baixos a partir da trégua, firmada em 1609, trouxe
diferenças culturais importantes entre o sul, sob domínio
da corte católica espanhola, e as províncias do norte,
protestantes. A inexistência da devoção a imagens
nos cultos protestantes desvinculou a Arte da Igreja. Ainda, a ausência
nas Províncias Unidas de uma cultura palaciana propiciou o desenvolvimento
de uma arte mais singela e de temáticas do cotidiano da classe
média , diferente da monumentalidade e dos temas eruditos (históricos
e mitológicos) da arte do sul.
No norte, o desenvolvimento de um forte comércio interno e internacional
e da indústria artesanal enriqueceu a classe média, em
especial os comerciantes e industriais. Essa burguesia
rica concentrava o poder político e econômico determinava
o gosto por temáticas artísticas do cotidiano (como pintura
de gênero e natureza
morta) - enquanto no sul a cultura cortesã espanhola
sufocou em parte a expansão de uma cultura burguesa.
A
opulenta classe média holandesa encomendava quadros para decorar
suas casas e o tamanho das pinturas teve que ser adequado à escala
dessas habitações - as grandes dimensões, comuns
em quadros da corte, ficaram destinadas apenas aos prédios públicos.
Os temas relacionados a vida cotidiana perduraram e, no Barroco
holandês, intensificou o olhar intensivo e subjetivo sobre aquilo
que nos parece banal, chegando ao conceito de Realismo.
Nesse ambiente nasceu Vermeer, um dos pintores mais proeminentes desse
contexto. Atribui-se a sua autoria menos de 35 pinturas, que não
puderam ser datadas com segurança até hoje. Essa escassa
produção deve-se à meticulosidade e lentidão
com que pintava seus quadros que, apesar de bem valorizados, foram insuficientes
para quitar suas dívidas e garantir o sustento de seus 15 filhos
- mesmo sendo que ele desenvolvia as atividades de comerciante e avaliador
de obras de arte paralelamente ao trabalho de ateliêr.
Ele viveu em Delf, e a representação da vida doméstica
era o tema básico da escola de Delft. Diferente das obras barrocas
de Rembrandt, cujos
aspectos subjetivos tendem ao místico e estão vinculados
ao tratamento dado à iluminação
mais contrastante, as imagens criadas por Vermeer costumam apresentar
um momento íntimo de uma ou duas figuras no interior de suas
habitações em um momento iluminado do dia, como vemos
em A
leiteira. A sua técnica era de extremo naturalismo
nas representações das texturas e do brilho de materiais
preciosos, e seus quadros são concebidos numa tonalidade clara
e num cromatismo intenso e harmônico, como vemos em Mulher
sentada ao virginal. O resultado desse domínio
artístico e intelectual na elaboração de seus quadros
é a simplicidade surpreendente na percepção do
conjunto. Em A
tocadora de viola, por exemplo, o olhar aproximado
e instantâneo da cena deixa evidente a concepção
da obra como representação de um fragmento fugaz da realidade
cotidiana de seus personagens. O que há de mais singelo em nosso
cotidiano, aos olhos de Vermeer, transforma-se em algo de forte carga
espiritual, tanto em suas pinturas de gênero como em suas poucas
obras de paisagem,
como a Vista
de Delft.
O reconhecimento da qualidade artística da obra de Vermeer por
historiadores só ocorreu na década de 1860, quase dois
séculos após a sua morte.
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Biografia, obras da coleção, textos informativos e obras
que fizeram parte da exposição Johannes Vermeer's The
Art of Painting, de novembro de 1999 a fevereiro de 2000, na National
Gallery of Art (em inglês): http://www.nga.gov/exhibitions/vermeerinfo.htm
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Biografia e completo banco de imagens (em espanhol):
http://www.artehistoria.com/genios/pintores/3661.htm
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Biografia e links (em português):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Vermeer
Atualização
em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador