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Odilon Redon
O silêncio, 1911, óleo sobre cartão, 54,6 x 54 cm. The Museum of Modern Art, New York – Estados Unidos: www.moma.org

 

O silêncio

A riqueza conotativa da arte de Redon está presente em todos os seus trabalhos. Nessa pintura, o sentido do silêncio pode estar ligado ao místico ou ao natural. Conforme as tradições, existiu um silêncio antes da criação e existirá um no final dos tempos. No estudo dos símbolos, o silêncio também é "a Grande Roda que contém o universo". Redon nos conduz à passagem que o silêncio abre, revelando a potencialidade de toda a existência. A noção de princípio está na forma ovalada: a origem, o princípio da vida, a célula geradora, o óvulo, a semente.

Esse trabalho apresenta uma delicadeza especial, não apenas pela suavidade das linhas e dos tons claros que envolvem a figura, mas pelo gesto delicado dos dedos sobre os lábios, solicitando-os a se calarem. A imagem da jovem aqui representada não tem relação com a tradição do gênero do retrato, antes atua de forma simbólica, coerente com a tradição do simbolismo na qual insere-se o artista. O rosto possui um aspecto oriental e suas feições transmitem uma expressão mística. Há uma profundidade no contexto, reforçada pelas sombras que circundam o rosto e a moldura virtual que envolve a imagem solitária. O olhar contemplativo e voltado para baixo exprime um sentimento ambíguo entre a possibilidade de alguma coisa ocorrida, ou prestes a acontecer. É um agora que depende do antes ou do depois para existir como essência de um momento.

Nesse quadro, a composição tem um único foco para o qual converge nosso olhar: a cruz formada pela horizontalidade dos olhos com o eixo vertical composto pelo afilado nariz e os longos dedos. Em O silêncio de Redon, o mistério se faz presente como em toda sua Obra. As imagens que cria vão além das representações aparentes e superficiais. Figuras, objetos, natureza, são a matéria prima da imaginação de Redon, aliada aos seus sonhos. Nas palavras do próprio artista, "creio ter feito uma arte expressiva, sugestiva, indeterminada. A arte sugestiva é a irradiação dos divinos elementos plásticos, aproximados, combinados, para provocar os sonhos que ela ilumina, exalta, incitando ao pensamento".

Esta imagem foi apropriada para A Mansão de Quelícera e colocada no ambiente da Biblioteca.

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Atualização em 30/01/2006.

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