Henrique
VIII
Por
volta do século XVI, os reis buscavam estabelecer um poder maior,
controlando os exércitos, as leis, a justiça, a administração
e a economia. O rei inglês do período, Henrique VIII, não
fugiu a essa tendência. No entanto, ele encontrou um obstáculo
em seu caminho: a Igreja Romana. A Inglaterra da época era Católica,
e ali a Igreja exercia grande influência política e econômica,
na medida em que era proprietária de boa parte das terras e monopolizava
o comércio de objetos artísticos-sagrados. Não
era apenas Henrique VIII que estava incomodado com a Igreja, mas os
nobres capitalistas. Por isso o Rei encontrou respaldo social para a
atitude radical que tomou em 1534, pouco depois do início da
Reforma
Protestante: rompeu definitivamente com a Igreja Católica,
deu autonomia à igreja nacional e fundou a Igreja Anglicana.
Holbein,
ao pintar Henrique VIII, procurou desenvolver o melhor de sua técnica.
É provável que este retrato (ver gênero do retrato)
tenha sido pintado como teste para seu ingresso entre os pintores da
corte inglesa. O artista foi extremamente minucioso, buscou representar
com a maior perfeição as diversas texturas das superfícies
representadas: a pele do rosto, o tecido e pêlo do manto, o brocado
do colete e o detalhamento dos metais e pedras preciosas dos ornamentos.
Também retratou a supremacia desse governante perante sua nação
. A figura de Henrique VIII ficou caracterizada historicamente não
apenas como um rei absolutista e transformador, mas também por
haver cometido atos desumanos. Para conseguir seus objetivos, Henrique
VIII mandava decapitar qualquer um que fosse contrário aos seus
interesses. Não é difícil perceber na expressão
do personagem o autoritarismo, a prepotência e a arrogância
que emanava do espírito de um governante absolutista.
O
tom azul intenso utilizado no fundo, além de ser de uma beleza
singular, destaca a figura retratada, "lançando" o
personagem na direção do espectador e estabelecendo um
fecundo diálogo com a cor de seus olhos e da pedra central do
medalhão que adorna seu peito. Os tesouros, bem posicionados
em suas vestes, deixam clara a posição suprema do retratado,
mesmo desprovido de coroa e cetro. O rei mostra-se com a cabeça
coberta por um chapéu, conforme a moda de sua época. Mas
não é qualquer chapéu, pois está repleto
de pedras discretamente cravadas em seu rebordo. Poderíamos lê-lo
como uma coroa disfarçada? Coerente com a personalidade astuta
desse governante?
Este retrato foi apropriado (ver Apropriação)
para A Mansão de Quelícera e encontra-se como um
quadro na parede do Sótão, ambiente em que os ancestrais
de Quelícera armazenaram seus tesouros.
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Atualização em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador