O
Juízo Final (pormenor)
Este
afresco
encontra-se na parede ao fundo do altar da Capela
Sistina,
e é a representação magnânima do inferno
dantesco. A obra apresenta monstros e demônios infernais que puxam,
arrastam e carregam às costas aqueles que foram condenados no
juízo final, o terror pavoroso expresso nos rostos deles fazem
referência direta à Divina Comédia, de Dante
Aliguieri.
Vemos aqui o pormenor Ressurreição da Carne, no
qual um dos julgados é agarrado por demônios e pode-se
ver em sua face o terror assustador e marcante de sua angustia interior.
Segundo Hauser, Michelangelo foi o primeiro artista a dar sinais do
Maneirismo;
não foi o início, mas não se pode negar a influência
que ele exerceu sobre os artista da época - muitos estudaram
suas obras. Ele deu o impulso definitivo em um período em que
a Itália já vivenciava a crise do Renascimento,
com o desmoronamento do humanismo
e a influência crescente do anti-humanismo provindo da Reforma
Protestante
e das idéias de Copérnico.
O Juízo Final é a reação de Michelangelo
à crise social e cultural vivida naquele momento. O tema, além
do dogmatismo cristão, fala do drama do homem em um momento de
total insegurança, quando as certezas que tinha já ruiram.
É expressão do desespero e desânimo de um cristão
frente a instabilidade política e religiosa trazida com a Reforma.
É um grito agonizante e uma súplica por socorro.
Enquanto no teto da Capela Sistina o artista ainda estive muito influênciado
pelos cânones de beleza renascentista, em O Juízo Final
sua meta deixou de ser a beleza física. Ele utiliza o corpo
humano como meio para expressar uma espiritualidade revista a partir
das idéias que recebeu de Savonarola.
A beleza clássica que encontramos em suas primeiras esculturas
- de ordem, unidade compacta e harmonia espacial da composição,
como vemos em Davi - não tem mais sentido em meio a desordem
social, política e econômica vivida na Itália. Até
mesmo as regras da perspectiva
foram abandonadas em O Juízo Final. O que buscou aqui
foi uma expressão singular, e de forte carga subjetiva, diante
do que presenciava.
No
teto do Hall
de A Mansão de Quelícera, encontramos um detalhe
desta obra. Outros detalhes desta pintura foram apropriadas
(ver apropriação)
para um jogo da memória. Mas não se engane! Cada pormenor
é apresentado em duas versões diferentes: um antes e outra
depois da restauração da obra na década de 1990.
>>
veja a imagem no jogo
Atualização
em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador