Vista
de Delft
Diferente
do que ocorria em outros lugares da Europa, o gênero de Paisagem
era valorizado no mercado de arte holandês - agradava ao gosto
da burguesia
dominante. Dentro desse gênero, são conhecidas apenas duas
pinturas de Vermeer: A Viela ou Rua de Delft (1660) e
a Vista de Delft, sendo esta última a mais famosa. Nela,
encontramos a cidade do artista descrita primorosamente, apresentando
a iluminação natural de Delft num determinado momento
do dia e toda a sensação atmosférica da paisagem
urbana holandesa. O céu reúne as características
climáticas da Holanda, onde o sol e as claras nuvens são
freqüentemente surpreendidos por nuvens mais escuras de chuva.
A amplitude espacial observada é trabalhada com a iluminação
das casas, torres e telhados, que recebem uma maior incidência
de luz solar ao fundo. A intensidade luminosa das nuvens brancas do
plano de fundo esconde o horizonte, criando a distância que separa
(desprende) a cidade do céu.
A perspectiva aérea é construída com as variações
tonais dos planos que se aproximam e se afastam, expandindo o espaço
em profundidade e altitude. A projeção da cidade na água,
através das sombras refletidas, traz as construções
para o plano da frente. A composição do céu, combinando
os valores tonais das nuvens com áreas azuis, dão-nos
uma perfeita sensação de continuidade espacial.
A cor é outro elemento de destaque nesta pintura de Vermeer.
As cores fortes formam um conjunto cromático que, junto com a
técnica de pontilhado usada pelo artista (pontos de tinta espessa
aplicados em áreas mais escuras, resultando em efeitos luminosos)
reforça a sensação atmosférica da paisagem,
a mesma técnica que fica evidente em A
Leiteira.
As pequenas figuras, colocadas em primeiro plano, sobre um chão
de tons ocres intensos, revelam que o artista, ao compor a obra, estava
localizado num ponto de vista superior. Nenhum elemento interfere no
nosso olhar sobre a cidade, nem no acesso a ela, e os barcos aguardam
o momento da travessia.
A Vista de Delft é um amálgama de efeitos perspectivos,
cromáticos, tonais e de luz. A paisagem é uma representação
que extrapola o naturalismo
para alcançar o realismo,
como era próprio da pintura holandesa desse período, mas
contém a beleza plástica que faz a percepção
de uma obra transcender os aspectos materiais. Por isso, a tranqüila
vista desta cidade é considerada uma das paisagens urbanas mais
extraordinárias de toda a pintura européia.
Em
A Mansão de Quelícera o céu de Vista
de Delf aparece no buraco do teto do Hall, assim como, outros fragmentos
da obra foram citados na animação de abertura do jogo.
>>
veja a imagem no jogo
Atualização em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador