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Johannes Vermeer
A Leiteira
, 1658-60, óleo sobre tela, 45,4 x 41 cm. Rijksmuseum, Amsterdã – Holanda: http://www.rijksmuseum.nl
 

A leiteira

Vermeer costumava retratar personagens femininos da sociedade holandesa de sua época em momentos de distração , como vemos em A tocadora de viola. Além destas cenas de lazer e descanso, Vermeer representou também mulheres no momento do trabalho doméstico (ver Pintura de Gênero). Na Holanda do século XVII, o trabalho doméstico foi profissionalizado, tanto pelas camadas altas quanto pelas médias da sociedade, ficava a cargo de mulheres especialmente empregadas para cuidar da família e do lar (como foi bem representado no filme Moça com brinco de pérola, Inglaterra, 2003, direção de Peter Webber). Para a classe mais popular, esta era uma opção de um segundo trabalho, além dos cuidados com o seu próprio lar. Em A Leiteira, Vermeer nos oferece um instante do cotidiano de trabalho de uma camponesa em seu ambiente próprio - o que se revela pelos detalhes de pequenos buracos e rachaduras nas paredes. A cena é comum e a clara quietude do ambiente é o elemento responsável por dar vida a tudo que nele encontramos.

A camponesa está absorta em sua tarefa que, certamente, é diária. A intimidade da rotina é revelada pela tranqüilidade com que a ação acontece. Inexiste qualquer elemento dinâmico na composição. A camponesa é uma figura serena, segurando delicadamente uma jarra com leite. A cena é silenciosamente iluminada. A luz chega pela janela e banha todo o ambiente, estendendo um brilho ao conjunto.

Nesta pintura, Vermeer usa empastes densos, com a tinta espessa e granulosa. A técnica do pontilhado (pequenos pontos de cor) aparece, como em Vista de Delft. A perspectiva interior é bem desenhada em sua geometria, assim como a dos objetos, revelando uma nítida organização espacial bem elaborada no encontro das formas. A mesa, os pães, as cerâmicas e a mulher compõem um conjunto harmônico, nas cores e nas formas. A realidade está pintada de maneira veemente, dando um aspecto sincero e veraz à composição; o artista extrapola o
naturalismo e alcança o realismo nesta cena. As cores predominantes na roupa e nos panos são o amarelo e o azul, complementares, cuja combinação foi muita usada pelo artista, como na roupa da personagem do quadro Mulher sentada ao virginal.

Van Gogh, no século XIX, ficou impressionado com as fortes cores e a textura desta obra, assim como com seu aspecto realista.

Em A Mansão de Quelícera vemos alguns elementos desta pintura sobre o balcão da Cozinha (ver Apropriação) - um pão inteiro e os pedaços de outro, além do jarro de porcelana azul sobre a mesa - juntamento com fragmentos da obra
Cristo na casa de Marta e Maria, de Velázquez.

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Atualização em 30/01/2006.

Apresentação do Site do Educador




Vista de Delft



Mulher sentada ao virginal


A tocadora de viola