Odilon
Redon
(Bordeaux, 1840-1916, Paris), França.
O Simbolismo
foi um movimento que surgiu no meio literário e expandiu-se às
outras modalidades da arte. Como derivação do Romantismo,
diferenciou-se por investigar novas formas de materializar o mundo sensível
na obra de arte. Em geral, os simbolistas tinham uma melhor consciência
da arte como linguagem do que os românticos (uma vez que estes
últimos depreciavam a importância do modo de dizer dentro
de um discurso artístico) e trouxeram importantes inovações
formais. Entenderam que a mudança do modo como apresentamos um
tema, implica na transformação da própria idéia
tratada. Nas artes visuais, eles repudiaram a abordagem naturalista
- neste sentido, anteviram os impressionistas. No final do século
XIX criticaram a excessiva ênfase visual do Impressionismo
e a ausência de subjetividade do Realismo
francês. As cenas simbolistas mostram o fantástico, o místico,
o onírico e, por esta razão, foram referência para
os surrealistas
do período entre guerras. O meio de expressão dessa arte
é o símbolo que, segundo Hauser, reúne idéia
e imagem numa unidade indivisível. Além disso, o momento
da interpretação da imagem também é parte
importante da concepção simbólica. O significado
de uma imagem se constrói na medida em que ela é lida
por alguém, ou seja, quando se estabelece uma "negociação"
entre imagem e sujeito que a lê. Nessa abordagem, as possibilidades
de sentido de um símbolo são tão infinitas quantos
os sujeitos que a interpretarem. Mesmo preferindo a dúvida à
certeza, Redon não se preocupava quando escritores e artistas
buscavam significados precisos em sua obra.
Nas artes visuais, os simbolistas trabalhavam com imagens resgatadas
do imaginário mítico - como o sol, a lua, a caverna, o
eremita, a criança e a árvore - e exploravam as potencialidades
expressivas do traço e da cor. Odilon Redon é considerado
um dos principais expoentes nessa linha. Desconhecido do mercado de
arte até os 45 anos, foi descoberto pelo poeta simbolista Stéphane
Mallarmé, quando passou então a ser reconhecido pela crítica
e pelo público. A poesia, as religiões e os mitos orientais
e clássicos, assim como a ciência, tiveram importante papel
no aprendizado e na formação do artista, que desenvolveu
uma iconografia
muito peculiar.
Ao mesmo tempo em que mantém a marca de sua poética fantástica,
vinculada ao mundo interior e onírico dos homens, a obra de Redon
apresenta duas fases, separadas por uma forte mudança técnica
e temática. Na primeira fase, ele usou o monocromatismo
em suas gravuras e desenhos, realizados principalmente a carvão.
O conjunto desses trabalhos ficou conhecido como os Negros, na
medida em que eram construídos com a gama de cor dos negros mais
escuros aos brancos mais luminosos. A temática desse período
é a do sonho próximo ao pesadelo, em que há um
mundo místico, fantástico, de horror e dor, com a presença
do drama da morte (tema presente em outros artistas de nosso jogo, ver
Ciclo da
vida). Um exemplo dessa fase é Aranha,
de 1881, e Le
Juré: o sonho termina com a morte, de 1887.
Na década de 1890, adotou as técnicas do pastel
e da pintura
à óleo, introduzindo a cor em sua obra. Nesta
segunda fase, ele trabalhou com temas mais suaves, e suas criações
continuaram a tratar de visões imaginárias, mas com estímulos
menos dramáticos. O colorido de Redon é luminoso e muito
peculiar, como podemos observar em Cíclope,
de 1900, Bouddha,
de 1910, e O
Silêncio, de 1911.
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Breve biografia e texto sobre simbolismo, banco de imagens do artista
(em inglês): http://artchive.com/artchive/R/redon.html
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Lista de links para os sites de museus que possuem obras do artista
(em inglês): http://www.artcyclopedia.com/artists/redon_odilon.html
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Biografia e banco de imagens com 151 obras (em espanhol):
http://www.artehistoria.com/historia/personajes/3095.htm
Atualização
em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador