O
Cozinheiro
Tudo
indica que Arcimboldo recebeu forte influência da literatura satírica
de Rabelais,
seu contemporâneo. Os aspectos bizarros, caricaturais e brincalhões
de suas imagens, tão evidentes em O Cozinheiro, nos apresenta
uma visão grotesca
da realidade.
Temos
aqui um grande prato metálico adornado com uma rodela de limão
abrigando apetitosas carnes assadas e fritas, prontas para serem saboreadas.
Não é difícil reconhecer um leitão e um
galeto nesta composição. Mas a aparente superficialidade
da imagem esconde, no entanto, um jogo visual e um jogo de sentidos,
características recorrentes na Obra de Arcimboldo. Ele
nos mostra o quão instável são as certezas que
temos sobre aquilo que vemos.
Ao virarmos a pintura de ponta-cabeça... o que era um prato,
torna-se um capacete ou um chapéu metálico, e o que era
o conjunto de carnes, torna-se uma cabeça, o retrato de um homem
que nos olha fixamente, apresentado na pomposa posição
de três-quartos.
Eram
poucos os que recebiam a honraria de ser retratado nesta época
- um retrato era geralmente encomendado por nobres e membros da alta
burguesia (ver gênero do retrato).
Arcimboldo não apenas resolveu nos apresentar a um cozinheiro
de sua época, aquele que preparava os banquetes da nobreza (sobre
banquetes, ver Sala
de Jantar), ele o fez de forma satírica. Destacando o
caráter humorado de retratos como O Cozinheiro, fica evidente
a singularidade da abordagem de Arcimboldo - diferenciando-se da austeridade
de seu contemporâneo Holbein
e da dramaticidade do posterior Velázquez.
Arcimboldo, optou por provocar no espectador, ao mesmo tempo, estranhamento
e curiosidade, repulsa e riso.
Em A Mansão de Quelícera, esta obra foi apropriada
para aparecer como personagem no ambiente da Despensa, ao qual o jogador
tem acesso após enfrentar o desafio das facas. Além de
poder ser visto em suas duas posições, O Cozinheiro
fornece ao jogador uma peça-chave para desvendar os segredos
de Quelícera.
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Atualização em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador