Duas
damas
Até
há pouco tempo, acreditava-se que a obra Duas damas fosse
um quadro independente. Recentemente foi descoberto que ela forma um
díptico com uma outra obra que, até então, também
era julgada independente - A caçada na laguna. Não
se sabe quando ocorreu essa separação, nem o seu motivo.
Talvez por divisões de herança familiar.
Antes da descoberta, a parte de baixo da obra era conhecida pelo título
Duas cortesãs, e a interpretação da pintura
era de que as duas mulheres representadas eram libertinas à espera
de algum cliente. Inversamente, soube-se depois que a temática
tratada por Carpaccio na obra foi a da fidelidade conjugal.
Todos os elementos simbólicos da cena denotam castidade, paciência
e amor: os cachorros, na arte deste período, são símbolos
de fidelidade; os pássaros, que estão na balaustrada,
nos lembram nossos pombos, símbolos do amor; o lírio é
símbolo de pureza; o lenço, que está na mão
de uma das mulheres, além de ser um sinal de pureza, era habitualmente
utilizado pelo noivo para secar as lágrimas causadas pela saudade
da separação temporária do casal. Portanto, as
damas estavam à espera de seus amados, que caçavam na
laguna, e a paisagem do quadro superior mostra a volta deles, um retorno
que pode ser tanto real como imaginário, expressão da
saudade daquelas mulheres entristecidas.
O lírio tem um valor especial aqui, na medida em que é
a prova definitiva da ligação entre os dois quadros, visto
que aparece sem motivo algum no quadro da laguna, e encaixa no vaso
que aparece no quadro das damas. Esta obra foi exposta em sua totalidade,
com as duas partes, depois de séculos, em uma exposição
no Palazzo Grassi, em Veneza, Itália, em janeiro de 2000.
Em
A Mansão de Quelícera, a obra foi apropriada
como um quadro que aparece no Salão
de Baile.
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Atualização
em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador