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Hans Memling
Vaso de Flores, 1485, óleo sobre madeira, 29 x 22,5 cm. Coleção Thyssen-Bornemisza, Madri – Espanha: www.museothyssen.org
 

Vaso de flores

Esta obra de Memling tem dupla face. Em um dos lados, temos Retrato de jovem rezando, e do outro um vaso contendo flores. O fato de ser bi-frontal indica que esta obra pertenceu a um tríptico. Presume-se que esta parte estivesse localizada na porta do lado esquerdo do tríptico, a porta da direita e a parte central são desconhecidas. O museu Thyssen divulga em seu site a informação de que a parte central abrigava uma representação da anunciação do anjo Gabriel, ou outra cena envolvendo a Virgem, pois as flores fazem referências a essa personagem bíblica. Na parte direita deveria estar o retrato da esposa do jovem representado em pose de oração. Outra possibilidade levantada é a de que a parte central abrigaria uma representação do Sagrado Coração de Jesus, pois as flores fazem referencia também a Jesus Cristo. De qualquer forma, é consenso que este fragmento fazia parte de uma alegoria cristã, pois as flores representadas possuem forte simbologia para os cristãos. A íris roxa remete à dor de Maria, enquanto o lírio à pureza da Virgem, à ressurreição de Cristo e à vida eterna. Estampada no vaso temos também a imagem do sol, geralmente relacionado com a justiça, dialogando com as iniciais do nome de Jesus em grego (IHS).

Independente do conteúdo dogmático, o fragmento conhecido desta obra nos atesta o cuidado de Memling com sua realização. Memling dedicou um tratamento individual a cada objeto e flor representados. No retrato, a luz dourada e suave traz vida às texturas e possibilita a captação dos finos detalhes. No vaso de flores, há um tratamento de luz semelhante, porém com uma intensidade maior no contraste de claro-escuro. Não apenas pelo tema, mas pelo tipo de composição e
luminosidade adotadas, podemos ver neste vaso um precedente histórico do gênero da Natureza-morta, que se desenvolveu no período Barroco.

Para o artista plástico e crítico David Hockney, há a possibilidade de que as obras de alguns pintores do
Gótico Tardio tenham atingido o primor naturalista devido à utilização de lente-espelho, ou seja, de um espelho côncavo que projeta a imagem sobre uma superfície, como o suporte da pintura, por exemplo. É provável que Memling tenha sido um dos primeiros a utilizar esta técnica. Como observou Hockney, existe uma pequena distorção de perspectiva no pano estampado que cobre a mesa, com precisas linhas geométricas, justamente nas partes que corresponderiam às margens da projeção - onde geralmente ocorre esse tipo de distorção. De qualquer forma, tal suposição não tira o mérito da obra, apenas atesta o uso pelos artistas de avanços tecnológicos da época na busca de uma melhor qualidade técnica em pintura e desenho.

Em A Mansão de Quelícera vemos o vaso desta obra (ver apropriação) sobre uma pequena cômoda, no lado esquerdo do ambiente Hall. Se o jogador tiver escolhido o personagem Joel e colocar água nas flores desse vaso, encontrará o habitante Besouro que poderá lhe revelar dados importantes sobre o passado da Mansão.


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Atualização em 30/01/2006.

Apresentação do Site do Educador