Vaso
de flores
Esta
obra de Memling tem dupla face. Em um dos lados, temos Retrato de
jovem rezando, e do outro um vaso contendo flores. O fato de ser
bi-frontal indica que esta obra pertenceu a um tríptico.
Presume-se que esta parte estivesse localizada na porta do lado esquerdo
do tríptico, a porta da direita e a parte central são
desconhecidas. O museu Thyssen divulga em seu site a informação
de que a parte central abrigava uma representação da anunciação
do anjo Gabriel, ou outra cena envolvendo a Virgem, pois as flores fazem
referências a essa personagem bíblica. Na parte direita
deveria estar o retrato da esposa do jovem representado em pose de oração.
Outra possibilidade levantada é a de que a parte central abrigaria
uma representação do Sagrado Coração de
Jesus, pois as flores fazem referencia também a Jesus Cristo.
De qualquer forma, é consenso que este fragmento fazia parte
de uma alegoria
cristã, pois as flores representadas possuem forte simbologia
para os cristãos. A íris roxa remete à dor de Maria,
enquanto o lírio à pureza da Virgem, à ressurreição
de Cristo e à vida eterna. Estampada no vaso temos também
a imagem do sol, geralmente relacionado com a justiça, dialogando
com as iniciais do nome de Jesus em grego (IHS).
Independente do conteúdo dogmático, o fragmento conhecido
desta obra nos atesta o cuidado de Memling com sua realização.
Memling dedicou um tratamento individual a cada objeto e flor representados.
No retrato, a luz dourada e suave traz vida às texturas e possibilita
a captação dos finos detalhes. No vaso de flores, há
um tratamento de luz semelhante, porém com uma intensidade maior
no contraste de claro-escuro. Não apenas pelo tema, mas pelo
tipo de composição e luminosidade
adotadas, podemos ver neste vaso um precedente histórico do gênero
da Natureza-morta,
que se desenvolveu no período Barroco.
Para o artista plástico e crítico David Hockney, há
a possibilidade de que as obras de alguns pintores do Gótico
Tardio
tenham atingido o primor naturalista
devido à utilização de lente-espelho, ou seja,
de um espelho côncavo que projeta a imagem sobre uma superfície,
como o suporte da pintura, por exemplo. É provável que
Memling tenha sido um dos primeiros a utilizar esta técnica.
Como observou Hockney, existe uma pequena distorção de
perspectiva no pano estampado que cobre a mesa, com precisas linhas
geométricas, justamente nas partes que corresponderiam às
margens da projeção - onde geralmente ocorre esse tipo
de distorção. De qualquer forma, tal suposição
não tira o mérito da obra, apenas atesta o uso pelos artistas
de avanços tecnológicos da época na busca de uma
melhor qualidade técnica em pintura e desenho.
Em A Mansão de Quelícera vemos o vaso desta obra
(ver apropriação)
sobre uma pequena cômoda, no lado esquerdo do ambiente Hall. Se
o jogador tiver escolhido o personagem Joel
e colocar água nas flores desse vaso, encontrará o habitante
Besouro que poderá
lhe revelar dados importantes sobre o passado da Mansão.
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Atualização
em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador