Esopo
Esopo
foi um filósofo e fabulista da Antigüidade grega. Tão
pouco se sabe desse personagem que muitos pensavam que ele era uma figura
lendária. Acredita-se, porém, que viveu entre os séculos
620 e 560 a.C.. Inúmeras e conhecidas fábulas nas quais
se personificavam animais, antagonizando-se as qualidades morais do
ser humano através do bem e do mal, são atribuídas
a ele, como, por exemplo "A Cigarra e a Formiga". Escritas
e recriadas por vários autores, suas fábulas chegaram
até os nossos dias em diversas versões. Como não
deixou textos, a presença de Esopo se manteve ao longo dos tempos
graças aos relatos orais.
Velázquez realizou um retrato deste personagem. Na composição,
a luz incide diretamente sobre Esopo e desloca-se para outros planos,
gerando a atmosfera do ambiente (ver Iluminação).
A camada densa de tinta foi aplicada com pinceladas soltas, sem deixar
de detalhar aspectos que caracterizam o personagem: os ângulos
acentuados de seu rosto e as rugas faciais que se destacam pelos contrastes
de luz e sombra. Isso confere uma expressão enigmática
ao personagem. Observando sua roupa, percebemos o propósito de
Velázquez em apresentar-nos o filósofo como uma figura
de aparência descuidada; o roupão surrado que o envolve
está fechado de forma negligente, e as botas e o cabelo complementam
o desleixo apresentado. A seriedade do filósofo é sustentada
apenas pela concentração de um olhar que avalia. A boca
contém o silêncio do pensamento.
Os temas clássicos são tratados por Velázquez sem
caráter heróico, sendo esta obra um exemplo. O artista
mostra o filósofo como um ser descrente. Traz consigo o conhecimento,
mas também a dúvida, e nisso reside a relativa ironia
que encontramos em sua expressão. O tempo já vivido por
Esopo está presente ali.
Este retrato foi citado em A Mansão de Quelícera (ver
Apropriação)
como quadro, na Biblioteca.
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Atualização em 30/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador