Peter
Bruegel, o Velho
(1525/30-1569), Breda – Países Baixos (atual Holanda).
Nos
Países
Baixos da época de Peter Bruegel a Reforma
Protestante estava a todo vapor e as guerras religiosas que
ali aconteceram levaram a região a buscar independência
em relação ao domínio espanhol. A região
conquistou sua independência em 1648, propiciando o desenvolvimento
de sua cultura burguesa e protestante. Bruegel é apontado como
o primeiro artista do Maneirismo
naquela região e chegou a ser comparado com Tintoretto, pois
compartilhava com o mestre veneziano uma visão cósmica
do mundo com a diferença de não costumar tratar temas
bíblicos em suas obras. O misticismo é um elemento essencial
no trabalho de Bruegel, mas se mostra em elementos naturais comuns como
árvores, montanhas, pássaros, e nuvens. Pelo caráter,
ao mesmo tempo, trivial e inquietante das figuras por ele representadas,
sua Obra é de um simbolismo bastante aberto e mantem sua densidade
poética até os dias de hoje.
Diferente de seus contemporâneos Tintoretto
e El Greco, Bruegel
não distorcia as figuras, mantendo as proporções
e relações espaciais de herança naturalista.
Mas ele vai além do Naturalismo,
chegando ao Realismo.
Suas imagens não mostram nem bravura, nem sutileza em suas colocações,
transparecem uma visão crítica e reveladora acerca do
homem, do mundo e da sociedade de sua época. Ele retratou a vida
como uma mistura e riso e dor, dos excessos do prazer às desgraças
sociais.
Tanto em Bruegel como em Bosch,
seu antecessor do Gótico
Tardio, há uma oscilação entre as tradições
do Gótico,
na utilização de símbolos e convenções,
e as inovações da pintura flamenga do século XV,
baseadas em observações do homem e da natureza. A influência
de Bosch em Bruegel se mostra na ironia da linguagem grotesca
e nos seres estranhos representados: monstros, híbridos de peixes,
répteis, anfíbios que habitam diversas de suas obras -
como podemos conferir nas obras A
queda dos anjos e O
triunfo da morte. Ou seja, a iconografia
de ambos é semelhante, porém, enquanto Bosch se destaca
pelo aspecto fantástico dos mundos que criou, Bruegel enfocou
as contradições do homem em sociedade - como podemos ver
na obra Misantropo.
>>
Texto sobre a persistência do imaginário medieval em Bruegel
e Bosch (em português): http://www.hispanista.com.br/revista/unisueesp.htm
>> Pequena biografia e algumas imagens (em
português):
http://www.1000i-deias.com/quadros/pieter_bruegel.htm
>> Biografia e completo banco de imagens,
com boa resolução (em inglês):
http://www.wga.hu/html/b/bruegel/pieter_e
>> Biografia e banco de imagens (em espanhol):
http://www.artehistoria.com/genios/pintores/gal1424-1.htm
Atualização em 17/01/2006.
Apresentação
do Site do Educador