A
montanha de Saint Victoire
Cézanne
tornou-se também pintou no gênero de Paisagem,
pelo contato que teve com o Impressionismo,
época em que começou a pintar ao ar livre. Durante sua
vida, morou em várias cidades, mas preservou seus vínculos
subjetivos com Aix-en-Provence. Trabalhou muito em seus arredores, na
região de Provence. A montanha de Saint Victoire, que ficava
perto de sua casa, exerceu grande atração no artista.
Ele a representou em torno de 60 vezes, por diversos ângulos,
entre desenhos e pinturas.
A concepção de usar a cor como modeladora de formas, procedimento
da fase madura do artista, está presente de forma exemplar em
A Montanha de Saint Victoire. Nela, o artista edificou a paisagem
de forma arquitetônica. Aplicou a tinta em pequenas partes que
se encontram em amplas áreas de cor, e elas constroem as figuras
e estruturam a composição. Cada parte tem uma função
na composição, por exemplo, a profundidade é sugerida
pelas variações tonais e de cor. O mesmo ocorre com as
formas. A montanha distingue-se e descola-se do céu graças
às diferenças entre os azuis. À frente dela, abre-se
uma superfície na qual, ao mesmo tempo em que a cor mostra-se
fragmentada, o colorido integra-se em um todo plenamente articulado.
No céu, chega um pouco do verde da vegetação, e
os seus cinzas e azuis espalham-se pela montanha.
A pintura de Cézanne é uma elaboração bastante
consciente. Ele observou e pensou o mundo para criar uma nova imagem
a partir dele. Deu forma a uma nova configuração visual
para a pintura, não mais baseada no naturalismo,
na imitação do mundo, ou somente na realidade externa.
A busca de novas soluções formais já este presente
no Impressionismo, assim como o abandono da intenção ilusória
da imagem. Porém, é na síntese e no equilíbrio
entre a sensação visual e a consciência objetiva
daquilo que o olho vê que Cézanne realiza sua arte e diferencia-se
dos impressionistas.
Se na pintura da figura humana, como em Mulher
com cafeteira, não encontramos vestígio
psicológico na expressão da mulher, e nas naturezas mortas
a imobilidade impera, nas pinturas de paisagem de Cézanne, em
especial nas da montanha de Saint Victoire, o artista deixa vazar algo
que escapa o olhar objetivo, um sentimento de frescor, a densidade do
espaço representado. Talvez isso se deva à rapidez e espontaneidade
que a pintura ao ar livre exige. Cézanne, mesmo decompondo a
paisagem com suas pinceladas amplas e recorrentes, abarca outros elementos
do seu tema - como uma certa emotividade luminosa, ou o ritmo do ambiente
natural - que vivenciou na relação que manteve com o este
amplo modelo.
Em A Mansão
de Quelícera, esta paisagem aparece ao fundo do Quarto da
Jovem (ver Apropriação),
parte do "Enigma das três idades".
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Atualização
em 30/01/2206.
Apresentação
do Site do Educador