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Hans Baldung Grien
As Três Idades do Homem e a Morte, 1547, óleo sobre madeira, 151 x 61 cm. Museu do Prado - Espanha: http://museoprado.mcu.es
 

As Três Idades do Homem e a Morte

Era recorrente no contexto medieval a idéia da morte como castigo divino, seguindo a tradição do Apocalipse. De qualquer forma, não faltavam justificativas para a dificuldade de manter-se vivo naquele momento histórico: as pestes freqüentes e as condições sanitárias e médicas de extrema insuficiência, a subnutrição, a falta de higiene, a promiscuidade, as revoltas sociais e as guerras políticas e religiosas. No século XV, a morte manteve-se frequente e arrastou consigo o imaginário popular medieval. Artista como Baldung trabalharam sobre o tema (ver Ciclo da Vida) criando alegorias que falavam sobre o terror da finitude da vida, a morte implacável chegando e colocando fim às ilusões mundana, esteja a vítima na idade em que estiver.

Na obra encontramos a morte representada por uma figura calva, desdentada, com todo o esqueleto à mostra sob uma fina camada de pele, quase ausente de carne e músculos, e que traz em uma das mãos uma ampulheta. A ampulheta evoca a idéia da brevidade da vida, a velocidade fugaz do tempo da qual nada escapa. Tudo envelhece de forma implacável.

A velha está de braços alçados com a morte, como se esta já estivesse ali para levá-la. A proximidade entre as duas é tamanha que a morte parece descolar-se do próprio corpo da velha. Ao mesmo tempo, a velha persiste contemplando a jovem e procura puxá-la consigo. A jovem reluta - ainda não se deu conta do caráter inevitável daquele fim.

Aos pés das mulheres encontramos um bebê recém nascido que, mesmo em um sono tranqüilo, segura algo que parece o cabo quebrado da foice da morte, tornando mais evidente o caráter cíclico do tema. Ao mesmo tempo em que nasce, passamos a estar ligados à morte.

Ao lado da criança, uma coruja enigmática fita o espectador - será que nos indica a possibilidade de um escape pela sabedoria?. Além deste, outros dois olhares inquisitivos direcionam-se ao espectador: o da jovem, que parece encomodada com algo, e o da própria morte, em uma tentativa de sedução.

A paisagem em que se ambienta a cena é igualmente mórbida: o solo está ressecado, demonstrando uma desolação total, e ao fundo aparece uma arvore seca, já morta. Tudo remete à idéia do fim implacável.

Todos os personagens desta pintura passaram a fazer parte da trama do jogo de Quelícera (ver Apropriação), atuando como peças para o desenlace dos mistérios da Mansão. A Coruja aparece no Claustro e dá boas dicas aos jogadores. O bebê, a jovem e a velha são peças-chave nos quartos do "Enigma das três idades", ao qual o jogador tem acesso passando pelo Porão.


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Atualização em 30/01/2006.

Apresentação do Site do Educador



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